O chef Olivier foi desafiado pela Charcutaria Lisboa a pensar um conceito para um pequeno e pitoresco espaço de restauração no Cais do Sodré e o que lhe saiu foi… Absurdo. Conceito reforçado pelo surreal logótipo do restaurante: um animal híbrido, metade galo, metade porco.
Pensando na forma como gosta de comer sandes lá em casa, o Chef decidiu criar uma ementa composta por sanduíches que levam tudo lá dentro, e às quais não faltam sabores. Ingredientes pouco usados ou inesperados e ingredientes tradicionais são misturados nestas enormes sandes em pão brioche, que vêm em 4 porções, para partilhar. A partilha, aliás, é um conceito central neste espaço. Um pouco à imagem de uma casa de petiscos ou de tapas, a ementa compõe-se de diferentes comidas para picar (para além das sandochas há tremoços, amendoins, tábuas de queijo e presunto) e de uma carta de bebidas adequada (há cocktails, vinho a copo e a jarro, cervejas em diferentes tamanhos e de diferentes sabores).
A decoração e localização acentuam este ambiente de partilha: um pequeno espaço com assentos encostados à parede, um longo banco corrido em pele a percorrer a sala, pormenores em cobre, chão a imitar calçada, bancos altos para sentar ao balcão, outro balcão virado para a rua, onde se podem pedir uma bebidas e uns tremoços a apreciar o reboliço do Cais do Sodré, mesmo em frente. E como não podia deixar de ser, este é um espaço que se prevê estar aberto até tarde, marcando o início da vida nocturna ali mesmo ao pé.
Segundo o chef Olivier, as combinações de pão com os mais variados ingredientes são inesgotáveis, pelo que se espera que a carta do Absurdo vá estar sempre a ser actualizada. Para a inauguração, há sete, todas elas com base de pão brioche, tomate, alface e cebola. São a Frango à Leitão (frango com tempero à bairrada e batata palha), O Pescoço do Porco (cachaço com chili e carnes variadas), Prego ó bitoque (bife com ovo, mostarda e batata palha), Atum em Bucha do Costa (atum, milho, ovo, queijo cheddar e pickles), Gaita de Bacalhau (bacalhau, ovo, húmus, coentros e salsa), Fnhã? É o Vegetariano (courgete, cogumelos, húmus e selecção de queijos) e, finalmente, a sandes da casa, Absurdo, cujos ingredientes não são revelados. O secretismo à volta dos 42 ingredientes (leu bem: quarenta e dois) tem uma razão lúdica. Quem pedir esta sandes pode também pedir um boletim com 200 ingredientes. Se adivinhar todos os que compõem a sandes, habilita-se a ganhar um prémio numa roleta (todos eles respectivos aos restaurantes do grupo Olivier).
De referir que o pitéu pode ser levado para casa, e se não lhe apetecer ficar no espaço, a beira-rio mesmo em frente é um bom local para a partilha da sandocha.
A quem ficar no restaurante, no ambiente descontraído, quase boémio, a partilha, de comida e boa disposição, é de facto o que apetece. O Absurdo está preparado para qualquer altura do dia, mas imaginamos mais como um prelúdio a uma noite fora nas redondezas. As sandes, apesar das misturas de ingredientes improváveis, resultam saborosas, embora difíceis de comer sem o auxílio de muitos guardanapos. A irreverência do espaço encontra prolongamento até ao final, em que até a sobremesa, à primeira vista um normal pão-de-ló de chocolate húmido escondia uma surpresa: um intenso picante. Não tanto absurdo, como inesperado, neste espaço que se prevê ir animar ainda mais as noites no Cais do Sodré.
ABSURDO by Olivier
Cais do Sodré, nº 16, 1200-450 Lisboa
(+351) 21 342 0369
Domingo a Quarta, 12:00-00:00. Quinta a sábado, 12:00-02:00.
Preço médio: Entre 15 e 25 €
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