As tradições de fim de ano na Madeira

Em tempo de festas santas, não será o famoso fogo de artifício no Funchal o único a ter direito ao galardão de tradição na Madeira. Há mais, muito mais.

O Livro Guiness dos Recordes assinala o fim de ano na Madeira como o ‘Maior Espetáculo de Fogo de Artifício do Mundo’. Nada que surpreenda os madeirenses, que já no século XVII recebiam em festa o novo ano. Os foguetes aparecem pela mão da comunidade inglesa residente na ilha já no século XVIII e logo no século seguinte as famílias ricas do Funchal competiam em espetáculos pirotécnicos da baía às zonas mais elevadas da cidade. É o evento que tende a colocar a Madeira nas bocas do mundo, mas está longe de ser a única tradição relacionada com as festas de natal e de fim de ano na Madeira…

Um Natal especial

As iluminações de Natal abrilhantam as noites da Madeira de 1 de dezembro a 8 de janeiro. Nem um dia a mais, nem outro a menos. À sua maneira, alumiam tradições particulares que só no arquipélago da Madeira podem ser devidamente apreciadas. Como a de garantir que não é só a família e os amigos que enchem a mesa. Na noite de 23 de dezembro ninguém no Funchal ou fora da cidade perde o Mercado dos Lavradores onde se vendem produtos regionais (licores, frutas, legumes e doces) ao som de música ao vivo pelos cantos, animação de rua e as barraquinhas que chamam locais e visitantes tendo por ‘iscos’ os prazeres da poncha e das sanduíches de carne vinha d’alhos. Depois, já à santa mesa, os madeirenses cuidam do festim culinário, abrindo com a canja de galinha madeirense (servida em chávena ou pequena taça) e fechando com licores e doçaria onde o mel dita quase todas as regras.

Não surpreenderá o visitante ver dentro de portas ou em plena rua os belíssimos presépios típicos da Madeira. As ‘lapinhas’ são presépios em forma de altar de três degraus, o Menino Jesus no topo e as diferentes figuras por aí abaixo, emoldurados por frutas sobre uma toalha vermelha. São montados em cima de uma cómoda ou mesa e rara é a casa que os não tem à vista. O presépio em ‘rochinha’ pode ser encontrado em plena rua. Constrói-se um lugar rochoso artificial e monta-se o presépio com as devidas figuras e a ajuda de vegetação e frutaria verdadeira e comestível. É uma oferenda natalícia, mas não convém estragar o presépio… A ideia é que o cenário represente da forma mais fiel possível a geografia da própria Ilha da Madeira.

E, claro, não podiam faltar as missas. À tradicional Missa do Galo não traz a Madeira tradição nova, mas as chamadas Missas do Parto já são outra conversa. As Novenas ocorrem entre 16 e 24 de dezembro, entre as 5h e as 7h da matina e prometem no final o mais animado pequeno-almoço que se possa imaginar: nos adros das igrejas há música, bailarico e comes e bebes para quem passa, fiel ou curioso.

A 28 de dezembro corre-se a Volta à Cidade do Funchal, prova organizada pela Associação de Atletismo da Madeira e que chama à ilha corredores de fundo e meio fundo nacionais e estrangeiros, prova que não demorou a obter galardões de tradição.

E o novo ano em grande estilo

E ainda a memória do fogo de artifício de Ano Novo paira no ar e logo na noite de 5 para 6 de janeiro se cantam os Reis um pouco por toda a ilha, nas casas dos vizinhos que sempre recebem com comes e bebes cantadores, tocadores e comitiva. A Associação de Casas do Povo da Região Autónoma da Madeira organiza o espetáculo ‘Cantar os Reis’ no Jardim Municipal do Funchal e assim fecha as celebrações do fim de ano.

E para o ano há de haver mais e melhor, que manda a tradição que madeirenses e visitantes mal esperem pela demora da festa.

A NÃO PERDER NA MADEIRA

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