Há 200 anos o ‘carro de cesto’ era transporte público, levando as boas gentes do Monte até ao Funchal. Hoje é uma celebrada curiosidade turística.
É um caminho que em vertiginosa descida leva da freguesia do Monte até à cidade capital do arquipélago da Madeira. Os ‘carros de cesto’ (ou tobogãs) sobreviveram aos séculos e a bem dizer a tudo o que se atravessou no seu caminho. Feitos de madeira e vime, com dois lugares sentados, tudo neles é artesanal: da decoração desprovida de artifícios até ao modo de usar, ao longo de um caminho de dois quilómetros onde um par de sábios condutores usa as botas, devidamente fornecidas com grossas solas de borracha, e o jogo de pés como travões.
A euforia, capaz de provocar tonturas nos menos afoitos, dura 10 minutos e é um hino à adrenalina e às emoções fortes. Os condutores (os ‘carreiros do Monte’) vestem de branco, um chapéu de palha a dar o toque certo. Um teleférico liga em subida o Monte ao Funchal, tudo pela graça de poder descer o mesmo trajeto em tobogã. Em cima, o Monte orgulha-se dos seus belíssimos jardins e das vistas largas sobre a baía. Em tempos foi estância de veraneio e terapia, que a tanto lhe deixava o clima o devido crédito.
É uma visão icónica dos prazeres da ilha da Madeira. De como todas as curvas do Monte desaguam nos prazeres do Funchal.
