O Estoril que hoje conhecemos é fruto de um percurso histórico de grande valência e que traz consigo nomes de personalidades reconhecidas internacionalmente. As grandes e luxuosas moradias, a localização privilegiada perto da praia e a 30 minutos da capital, trazem a eterna curiosidade de saber um pouco mais sobre a história do Estoril e de quem o tornou no local que hoje é, tão acarinhado por locais e por turistas.
O Estoril era uma aldeia piscatória onde existia uma quinta, a “Quinta de Viana”, de José Viana, com águas termais, que eram conhecidas pelo seu efeito curativo já no tempo das cruzadas de D. Afonso Henriques. Consta que várias personalidades vieram aqui em busca de cura para os seus males: D. Carlos, filho de D. João V; o rei D. José I, que trazia a sua família e até os seus cães; a Condessa de Castelo Branco e o próprio Marquês de Pombal e o Marquês de Alorna.
Em maio de 1910 chega ao Estoril o homem que transformou o Estoril num destino turístico internacional: Fausto de Figueiredo, farmacêutico viajado e com uma nova visão do turismo e dos negócios, que fez parte da administração da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses que, em 1913, compra a Quinta de Viana e funda a Sociedade Figueiredo & Sousa, Lda. (concessionária das termas do Estoril).
Com o arquiteto francês Henri Martinet, Fausto apresentou o projeto “Estância Marítima, Termal Climatérica e Desportiva do Estoril”. Constituiu a Sociedade Estoril Plage, com o seu sócio Augusto Sousa e deu início ao projeto com a construção de quatro hotéis (Parque, Palace, Paris, Palácio), a remodelação do edifício das termas (separação por género e preços mais aliciantes, o que era fator diferenciador face a outras pensões/hotéis), campos de golfe e o maior casino da europa.
Toda a sua influência política deu origem à criação da Freguesia do Estoril, em 1915. Um ano depois foi lançada a 1ª pedra do Casino. Com a 1ª Guerra Mundial, o projeto teve um período de pausa (dificuldades de financiamento). Contudo, o Estoril serviu de refúgio internacional para muitos aristocratas e outras personalidades da nobreza durante a Guerra, o que levou Fausto a não desistir deste projeto.
Em 1918, Fausto conseguiu a eletrificação da linha do comboio, através do contrato que fez entre a sua Sociedade (Sociedade Estoril Plage) e a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses.
Todo este projeto fez aumentar as construções, sobretudo em zonas de pinhal. O Casino foi inaugurado em 1931, 15 anos depois do seu início. Tudo isto ganhou relevância e o Estoril passou a ser alvo de propaganda política pelo Estado e de reconhecimento internacional.
Em 1958, o fundador da Sociedade Estoril-Sol José Teodoro do Santos ganha o concurso para a concessão da exploração do jogo e inaugura, em 1965, o Hotel Estoril-Sol. Stanley Ho fica com a concessão do jogo por mais 20 anos. Os herdeiros de Fausto de Figueiredo vendem a Sociedade Estoril-Sol a um grupo empresarial, que se torna proprietário do Hotel Palácio e das termas (que estiveram abertas a utilização pública até 1961).
Em 2004, o grupo dá início à construção de um novo projeto do Complexo Turístico do Estoril Plage, da autoria do arquiteto Manuel Gil Graça, que visa a reestruturação das termas, com uma entrada para o público e um túnel subterrâneo que liga ao Hotel Palácio.
Apresenta serviços de bem-estar, em cooperação com o grupo asiático Banyan Tree e serviços terapêuticos, que passam a ser ministrados numa clínica Termal e num clube de saúde.
Foi inaugurado em 2010 e as suas instalações permanecem até hoje com grande reconhecimento internacional.
O Estoril ainda hoje é destino turístico de eleição para muitos e o complexo termal é atualmente um dos melhores.
Artigo em parceria com a INS