O novo século revela-se brilhante para o concelho de Mafra e as suas onze freguesias. A população duplicou em menos de duas décadas e Mafra anda nas bocas do mundo pela sua História imponente em monumentos e o circuito das fabulosas praias da Ericeira, consagradas como Reserva Mundial de Surf.
OS DONS DE MAFRA, NATUREZA E PATRIMÓNIO
Mafra é terra farta à qual nada parece faltar. No património religioso, as igrejas de Santa Marta, Misericórdia e São Pedro ou as capelas da Boa Viagem ou São Sebastião denotam essa intensa simbiose entre o fausto e a mais desconcertante simplicidade. A Mafra não faltam adegas nem sinais sólidos de enoturismo, como nos casos celebrados da ManzWine (em Cheleiros) ou da familiar Quinta de Sant’Ana. Ou até mercados e feiras, diários ou de periodicidade quinzenal, celebrando os produtos da região na pastelaria, enchidos e queijos, o inconfundível artesanato e, está bem de ver, todas as delícias do mar proporcionadas pela larga franja de oceano Atlântico que serve Mafra.
E tem Mafra muito de que se orgulhar nas suas estantes, do pão típico e ‘a sério’, ao limão, dos ouriços do mar à raia, dos percebes à melhor sardinha, protagonistas de alguns dos pratos tradicionais que afamam o concelho. E o que não vai à mesa faz-se em passeio, à conta de parques urbanos e jardins onde se realçam os da Bela Vista, São Sebastião e Santa Marta. Para já não falar do Ericeira Camping, abundante faixa paradisíaca a lembrar o que nunca deve ser esquecido, que Mafra é muito mais do que uma porta aberta para a Natureza. E se dúvida houvesse, é o visitante abraçar a causa do passeio no Jardim do Cerco, na Tapada Nacional ou no Centro de Recuperação do Lobo Ibérico.
E para quem não seja tão dado à aventura ou à gestão da adrenalina, Mafra tem a sua História. É milenar, por falar nisso, com registos que remontam ao Neolítico. Mas tem concelho fora um rol de imperdíveis atrações. Possui uma mão-cheia de fortificações a partir das quais foram criados circuitos de visita para que se fique a saber tudo das invasões francesas napoleónicas dos inícios do século XIX através da Rota Histórica das Linhas de Torres. Mas é a monumentalidade, o arrojo impróprio para cardíacos do Palácio Nacional de Mafra, da sua Basílica e Convento, dos seus impressionantes torreões de carrilhões, da beleza pura da Biblioteca, dos tonitruantes órgãos, da constante subjugação ao esplendor que fez de D. João V um símbolo da sumptuosidade e mais tarde foi celebrada à escala planetária pelo romance do Nobel da Literatura José Saramago (‘Memorial do Convento’) que Mafra se inscreve na História e nos circuitos turísticos como uma maravilha imperdível.
ERICEIRA, A RAINHA DO SURF QUE É RESERVA MUNDIAL
É certo que esta compulsão pela Natureza não é demonstrada de forma tão evidente como nas suas praias, devidamente servidas de infra-estruturas (bares, restaurantes, hotéis) e que como premiados antros do melhor surf e suas ondas perfeitas são hoje de reputação mundial. Pescadores, Ribeira d’Ilhas, Coxos, Baleia, Foz do Lizandro ou São Lourenço, quem planeta fora saiba o que fazer com uma prancha de surf e se deleite em kite, wind, stant-up paddle ou bodyboard conhece estes nomes de cor e salteado. Mafra tem até o seu Centro de Interpretação da Reserva Mundial do Surf, bem no centro da vila, onde brilha a Mesa Interactiva que é modo de aprender de forma divertida e ao toque de um dedo o que o esplendor que leva ao areal da Ericeira tem para oferecer a quem por ali nunca dá o seu tempo por perdido.
Afinal de contas, Mafra e a Ericeira têm muitas razões para se ter na conta do melhor dos destinos. E não se contenta com menos.
ONDE COMER E DORMIR
Para desfrutar por inteiro dos sabores únicos deste roteiro, não perca as sugestões que lhe fazemos para mergulhar na gastronomia com aroma salitre, e adormecer uma noite rodeado de natureza.