CIDADE DA ESCULTURA, SANTO TIRSO É O EPICENTRO DE VÁRIAS EXPERIÊNCIAS, DAS MONUMENTAIS PAISAGENS ESCULPIDAS PELO TEMPO AOS MELHORES EXEMPLOS DA ARQUITETURA CONTEMPORÂNEA.
A um quarto de hora dos principais centros urbanos do noroeste português, Santo Tirso é a verdadeira cidade a quinze minutos. Porém, mais do que a acessibilidade, esta autêntica capital da escultura contemporânea resulta da fusão de séculos de história com a inovação e o arrojo, que fazem de Santo Tirso não apenas um lugar onde é bom viver, mas também um território de paragem obrigatória para conhecer a essência da região.
Desenhada pela natureza, a paisagem tirsense é povoada há milhares de anos, como provam as sucessivas ocupações do Castro do Monte Padrão. Este complexo recheado de história pode hoje ser percorrido, proporcionando uma autêntica viagem no tempo. A história, essa, pode ser testemunhada no Centro Interpretativo do Monte Padrão, aberto ao público em abril de 2008. Constitui a pedra basilar do projeto de estudo, musealização e dinamização da estação arqueológica, cujo propósito visa disponibilizar valências de natureza pedagógica, museológica e de apoio ao trabalho de investigação.
O potencial do território sempre foi reconhecido ao longo dos tempos, tendo surgido aqui os auspícios da industrialização do Vale do Ave, numa constelação industrial, ainda hoje efervescente, que legou também imponentes marcas patrimoniais – hoje visitáveis no Centro Interpretativo da Fábrica de Santo Thyrso, lugar de homenagem e história de toda uma região.
Na Fábrica, verdadeiro ponto de encontro multiusos do concelho, estão também evidentes as marcas de como a modernidade e o passado se continuam a complementar num território em constante evolução. A requalificação das velhas naves industriais, transformadas agora em espaços dedicados à cultura, à investigação e ao empreendedorismo, respeita integralmente as linguagens arquitetónicas originais.
E é na gramática visual que Santo Tirso se continua a destacar – como polo da moda e das indústrias criativas, mas também como a cidade da escultura, enorme museu a céu aberto cuja coleção, dos mais reputados artistas mundiais, expõe esculturas contemporâneas por todo o território.
O projeto museológico tem como ponto central o Museu Internacional de Escultura Contemporânea (MIEC), cuja sede, colada ao histórico Mosteiro de São Bento, é um dos mais eloquentes exemplares da arquitetura dos dois Pritzker portugueses: Álvaro Siza Vieira e Eduardo Souto Moura. A requalificação da hospedaria do mosteiro beneditino, onde se concentra a coleção do Museu Municipal Abade Pedrosa, e a construção do corpo do MIEC levam Santo Tirso para o palco da grande arquitetura, com espaços cuja visita vale por si.
É nesta fusão entre o passado e as visões do futuro que Santo Tirso melhor se descobre, seja nos centros urbanos ou nas comunidades espalhadas pela paisagem. Em Roriz, por exemplo, o verde dos campos propicia encontros espirituais, em mosteiros como o de Santa Escolástica ou Singeverga – onde a fé também se encontra com a gastronomia, dando a Santo Tirso importantes emblemas como as especialidades claustrais de Santa Escolástica ou o místico Licor de Singeverga.
Mas as múltiplas camadas de Santo Tirso talvez sejam melhor resumidas noutro prazer do paladar: os famosos jesuítas. A fina massa folhada, protegida por uma capa de açúcar, continua hoje a ser a embaixada de sensações tirsenses.
Tal como este doce original, que pode ser encontrado em várias pastelarias e confeitarias da cidade, Santo Tirso é uma sucessão de lugares: o rural, o florestal, o industrial, o espiritual, o cultural. Da cidade às freguesias, este território único continua a convidar a passeios demorados, por trilhos e quintas, por fábricas e museus – sempre com o bom acolhimento de uma comunidade que há milénios se orgulha do seu território e cultura.