BATIZADA COMO “ALAUARIO ET SALINAS” NO ANO DE 959 E ELEVADA A VILA NO SÉC. XIII, AVEIRO TEVE SEMPRE UMA FORTE LIGAÇÃO AO MAR. A RIA E OS CANAIS, ALIADOS À ARTE NOVA, DÃO-LHE ARES DE VENEZA PORTUGUESA.
A instabilidade da ligação da ria ao mar levou em finais do séc. XVI ao seu encerramento, causando insalubridade e estagnação da água, originando uma enorme crise económica na região. Em 1808, com a inauguração da barra de Aveiro e abertura da ria, a indústria naval, a pesca, a agricultura e a produção de sal voltam a ser a força motriz da cidade. É aqui que se encontra o Farol da Barra, o mais alto de Portugal, a 64m do nível do mar.
É da ria, também conhecida como foz do Vouga, com 45km de comprimento e 11km de largura, que vem o berbigão, os percebes, as ostras, a amêijoa ou a raia de pitau que fazem as delicias gastronómicas, com a enguia no topo da lista. A caldeirada é a especialidade da região, receita inventada pelos pescadores, que usavam o peixe não comercializado para se alimentarem em alto-mar.
Do Convento de Jesus, onde viveu e morreu Santa Joana Princesa, padroeira da cidade, surgiram os ovos moles e seus derivados, que até aos dias de hoje adoçam a boca dos mais gulosos.
Hoje, é possível desvendar as histórias seculares a pé, de BUGA (Bicicletas de Utilização Gratuita de Aveiro) ou de moliceiro através dos seus canais. Qual Veneza.