Miguel Somsen, Jornalista


No fundo, Lisboa é mesmo “o bairro de Lisboa” de que mais gosta. “Cada vez que saio da minha zona de conforto (ou seja, a minha casa), encontro outra zona de conforto. Em vez de freguesias, Lisboa devia estar dividida em zonas de conforto”
MIGUEL SOMSEN

É jornalista e tantas outras coisas que prefere resumir a sua variada atividade profissional à expressão “acordado”. Olha para a sua cidade com a mesma mente aberta com que encara a vida em geral. Nasceu em Lisboa, viveu durante 30 anos em Oeiras, e desde que voltou para a capital não quer outra coisa. Já viveu em São Bento, Campo de Ourique, São Vicente e agora tem a sua casa no Campo Mártires da Pátria. Entre estes dois últimos, diz-se dividido: “São Vicente é mais castiço mas os seus defeitos (e alguma desertificação) por vezes incomodam. Mártires da Pátria é mais central e tem um potencial comercial (ai tanta rima) que por vezes provoca ansiedade. No fundo, sinto-me dividido: olho para ambos como se projetasse mais para eles e depois não gosto das alterações que vão fazendo porque os desvirtuam”.

No fundo, Lisboa é mesmo “o bairro de Lisboa” de que mais gosta. “Cada vez que saio da minha zona de conforto (ou seja, a minha casa), encontro outra zona de conforto. Em vez de freguesias, Lisboa devia estar dividida em zonas de conforto”, alega. Assim, quando apanha pela frente um turista de mapa na mão, gosta de indicar o caminho (o seguro, para chegar a bom porto, mas mostrando também “o atalho para o lobo mau”). É que Lisboa é, segundo Somsen, linda e sarcástica. No seu bairro, por exemplo, vai abrir uma gelataria ao lado de uma funerária…

Locais que o visitante não pode deixar de conhecer em Lisboa?

Os típicos: Alfama, Graça, os miradouros, o Castelo https://www.bestguide.pt/castelo-de-sao-jorge/ , e a Mouraria, com devidas reservas. Embora eu não seja um grande fã de Campo Ourique, acho que os turistas têm de chegar lá. Tal como devem ir à Avenida da Igreja, ao Campo Grande, a Cacilhas e Trafaria. Atravessem o rio para depois voltar a casa. É sempre uma boa perspetiva.

Um lugar na cidade que tem a mania que é seu?

A minha casa. Claro que não é minha, mas vou aproveitando. E neste momento, o Vestigius Wine & Gin https://www.bestguide.pt/vestigius/, porque, juntamente com os meus sócios Gin Lovers, estamos a explorar lá um bar de Gin. Com muita arrogância penso sempre que é o meu bar apenas porque trabalho para que ele, e todos os spots vizinhos naquele Cais Sodré (como o Station https://www.bestguide.pt/station-club/ ou o restaurante Ibo https://www.bestguide.pt/restaurante-ibo/ ) sejam reconhecidos por todos os que andam por ali.

A fotografia tipo postal, a dizer “Eu estive aqui”, deve ser tirada em…?

Neste momento no topo do Arco da Rua Augusta https://www.bestguide.pt/arco-triunfal-da-rua-augusta/ . Antes que eles fechem essa cena. E no Miradouro de Monte Agudo, na Penha de França, porque nunca lá está ninguém.

Três melhores restaurantes da cidade?

Bistro 100 Maneiras https://www.bestguide.pt/restaurante-bistro-100-maneiras/ e Bica do Sapato (Sushi) https://www.bestguide.pt/restaurante-bica-do-sapato/ . Marginalmente, a Cervejaria Ramiro https://www.bestguide.pt/restaurante-cervejaria-ramiro/ . E qualquer local onde possa comer ostras.

Três hotéis onde poderia ficar a viver?

Nunca viveria num hotel. Os quartos não têm cozinha.

Três cafés onde o tempo passa sem se dar por isso?

A Outra Face da Lua https://www.bestguide.pt/comercio-a-outra-face-da-lua-baix/ , Jardim do Torel e os quiosques da cidade.

Três paragens obrigatórias na noite da cidade?

Mercado da Ribeira https://www.bestguide.pt/mercado-da-ribeira/

, Vestigius https://www.bestguide.pt/vestigius/ e Lux https://www.bestguide.pt/discoteca-lux/ .

Três lojas únicas?

A Outra face da Lua https://www.bestguide.pt/comercio-a-outra-face-da-lua-baix/, Viúva Alegre e New Waste https://www.bestguide.pt/new-waste/ . Para outras compras vou às grandes superfícies. É o único local onde tenho garantias de fidelização e preços baixos. Lamento.

Uma atividade de lazer?

Beber gin. Comer ostras. Escrever no Facebook.

Um dia perfeito em Lisboa é assim…

Um dia perfeito em Lisboa é gozar a sua imprevisibilidade. Perceber que um dia o teu restaurante favorito fechou e para a semana lá estará outro. Ser iludido, desiludido e reconquistado todos os fins-de-semana. Não criar grandes expectativas porque a cidade renova-se rapidamente. Perfeito perfeito é acabar sempre bêbedo no Bistro 100 Maneiras com amigos.

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