COM UMA LOCALIZAÇÃO PRIVILEGIADA, VILA FRANCA DE XIRA ESTÁ CADA VEZ MAIS VOLTADA PARA O RIO, SEM ESQUECER OS BONS ARES DO CAMPO E AS TRADIÇÕES, E CHAMANDO ATÉ SI UMA INTENSA ATIVIDADE CULTURAL.
Entre a lezíria do Tejo generoso e a capital fica Vila Franca de Xira, concelho com mais de 300 quilómetros de área e pouco menos de 140 mil habitantes.
Em tempos idos, foi recompensa de rei aos cruzados que o ajudaram a conquistar Lisboa aos mouros, e depressa se tornou centro de atividades mercantis sem impostos nem portagens, seguindo o modelo das feiras francas. Hoje, está apostado em recuperar a ligação ao rio e em assegurar que a História e tradição vivem de mãos dadas com a inovação e a modernidade. Muito atrativa para o investimento empresarial, mas também para viver e criar futuro, Vila Franca de Xira evidencia a renovada frente ribeirinha, o ar puro do campo e a dinâmica social e cultural da cidade.
A CIDADE CULTURAL
Sinal disso mesmo, a cidade tem sido anfitriã de diversos eventos de grande qualidade, como a exposição Cartoon Xira ou a Bienal de Fotografia, e tem feito uma aposta forte nos equipamentos culturais. Dos escombros de uma antiga fábrica de descasque de arroz, nasceu a Fábrica das Palavras, biblioteca e centro cultural, um edifício de referência na arquitetura contemporânea, premiado internacionalmente. Já o Museu do Neo-Realismo, construído de raiz, acolhe um rico e diverso espólio documental e artístico, oferecendo um novo olhar sobre o movimento neorrealista e as suas diversas expressões artísticas.
Terra de gente hospitaleira e alegre, que abraça com o mesmo ardor a faina e a festa, usa a sua localização privilegiada, e o que dela retira, para acolher o visitante com diversificada oferta turística.
A NATUREZA E AS TRADIÇÕES
Para quem gosta de campo, não faltam fauna e flora. Pode ir até lá usufruir do EVOA, espaço de visitação com condições de exceção para observar milhares de aves selvagens. Ou talvez levar as crianças a visitar a Quinta Municipal da Piedade, antiga propriedade nobre do século XIV que inclui uma área pedagógica com diversos animais. Quem é fascinado por cavalos está também na terra certa. Em terra de campinos, não faltam operadores na área do turismo equestre, proporcionando férias diferentes, aulas de equitação, passeios pelas lezírias ou mesmo visitas a paisagens únicas e lugares cheios de História, como a Rota Histórica das Linhas de Torres, tudo na garupa de maravilhosos cavalos lusitanos.
As tradições da cultura tauromáquica são aqui também uma marca de referência. Provam-no os monumentos ao campino, na Praça Afonso Albuquerque, e ao toureiro, no Largo Marquês de Pombal, assim como as corridas de toiros na centenária Praça Palha Blanco ou as esperas e largadas de toiros, pela Escola de Toureio José Falcão.
Os que preferirem explorar a ligação ao rio não serão defraudados. A requalificação da frente ribeirinha do concelho proporciona quase duas dezenas de quilómetros de puro prazer. Da Ciclovia do Tejo, na Póvoa de Santa Iria, inserida num parque que permite caminhar, correr ou pedalar em paralelo ao rio, numa moldura paisagística ímpar que incorpora até dois tanques de marés para formação e aprendizagem de canoagem e vela, aos vários outros parques e caminhos pedonais ribeirinhos, de grande valor e sensibilidade ecológica, que em breve se estenderão aos concelhos vizinhos, não faltam opções. O Parque Linear Ribeirinho do Estuário do Tejo, no Forte da Casa, por exemplo, foi mesmo distinguido com o American Architecture Prize Wan Landscape Award, em 2016.
Para uma experiência ainda mais próxima do rio, o concelho sugere um passeio no barco varino “Liberdade”. Uma das muitas embarcações que faziam parte de um intenso tráfego fluvial de transporte de mercadorias, é hoje uma referência museológica de dezoito metros, quarenta toneladas, duas velas, proa alta e fundo chato, o que lhe permite navegar pelos baixios, aproximar-se das ilhas desabitadas que pontilham aqui e ali o rio e ir até à Ponta da Erva ou ao Parque das Nações, imperdível.
De barco, carro ou bicicleta, a cavalo ou a pé, Vila Franca de Xira vai mantê-lo ativo, interessado, até mesmo apaixonado – e tudo isso dá muita fome. A gastronomia da zona é perfeita para isso. À mesa vêm as iguarias da pesca e do mundo rural. Entre a cultura da beira-rio e a criatividade dos trabalhadores do campo, chegaram aos nossos dias pratos típicos como os deliciosos Sável frito com Açorda de Ovas e o Torricado com Bacalhau Assado. Sabores que marcam a identidade desta região e que merecem ser acompanhados a rigor. O vinho “Encostas de Xira” tem produção 100% municipal e provém das vinhas situadas na encosta de uma maravilhosa quinta setencentista, a Quinta Municipal de Subserra, juntando as castas Moscatel Graúdo, Arinto, Fernão Pires, Touriga Nacional, Syrah e Castelão.
Com o objetivo de aproximar os consumidores ao seu local de produção, foi criada uma loja na própria Quinta, um espaço de beleza excecional e com um perfeito enquadramento paisagístico. A propriedade oferece ainda a possibilidade de uma estadia, em quarto ou vivenda.
O Município tem ainda à disposição outros tipos de alojamento como bungalows e um parque de campismo, inseridos num Complexo Municipal, onde, novamente, a vista é de excelência.
Com “Encostas de Xira” pode brindar também à festa, que é coisa que não falta em Vila Franca de Xira. As famosas Festas do Colete Encarnado, que giram em torno da cultura do touro, realizam-se no primeiro fim de semana de julho e são o grande momento de celebração das gentes locais. Nada como se juntar a elas e descobrir esta pérola junto ao rio.