As Casas de Fado vivem hoje em restaurantes, um brinde de música ao vivo ao turista, mas Lisboa fora, em tabernas ou sociedades recreativas, canta-se o mesmo fado. De noite, sempre.
É algo romântico pensar que nos dias de hoje um passeio pelos bairros de Lisboa garante uma voz de FADO para lá das janelas. O FADO tem saído das ruas para acostar às CASAS DE FADO, o que levou a chamada ‘canção nacional’ a remeter-se à condição de atração, em forma de jantares com música ao vivo. E há boas razões para aceitar a ideia de que as velhas tertúlias de fadistas, até daqueles melhor sucedidos ou mais perdulários que abriram CASAS DE FADO em seu próprio nome, deram lugar a ‘restaurantes com brinde’, virados ao consumo turístico. Não é bem o caso.
É certo que ao contrário de uma ‘casa de qualquer coisa’, uma CASA DE FADOS não é um lugar onde nada mais acontece senão o trinar das guitarras e a voz sentida do fadista. O lisboeta pensa duas vezes à conta do preçário e o turista vê-se na delicada situação de ser vitimado pela sua própria boa-educação: não só não entende uma linha do poema como é ‘convidado’ a ficar quieto e mudo. Como reza o mote: ‘silêncio, que se vai cantar o FADO’. E é assim que deve ser.
A confusão a que o visitante se refere é solidificada pela ideia que ele possa ter do que é a música portuguesa. Se o ‘Portugal do Brasil’ tem choro para melhor ter samba e o ‘Portugal de África’ tem morna para melhor batucar e dar que fazer às ancas, porque há de um país solarengo e de tantos atributos festivos fechar os olhos, cantar desgraças e suspirar saudades? Mas, quase sempre quem nos visita entra no ‘ambiente’ e partilha mesmo uma ou outra lágrima furtiva.
O Bairro Alto, com as suas incontornáveis CASAS DE FADO (A Severa, Adega Machado, Café Luso ou O Faia), Alfama (A Parreirinha de Alfama) ou o bairro da Sé (Clube de Fado) marcam as fronteiras onde o turista e o lisboeta assumido podem dar de caras um com o outro. Mas cidade fora há sempre um pequeno restaurante ou uma taberna onde por norma se guarda uma viola ou dependura uma guitarra, não vá um fadista de bairro aparecer a querer dar mais do que um ar da sua graça. E em diferentes sociedades recreativas, fadistas amadores dão o melhor de si aos outros, quem sabe a sonhar com a anual Grande Noite do Fado, no Coliseu dos Recreios, de onde saíram alguns nomes hoje imprescindíveis da saga moderna do FADO.
E, claro, para ficar a saber tudo do assunto uma visita ao Museu do Fado, em Alfama, é paragem obrigatória. E mesmo ali, regularmente, se junta gente em silêncio para ouvir cantar e tocar estas toadas de saudades. De noite, como é de tom e é onde mora o FADO.
Best Of Casas de Fado
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Paula Moinheiro
Boa tarde
o Sr.Fado de Alfama propriedade da fadista Ana Marina e do Viola de Fado Duarte Santos, está em Alfama á 13 anos e é a casa de Fados mais bem cassificado em sites como o tripadvisor. 146 entre 4498…. nenhuma outra casa de fado tem melhores e mais comentarios positivos que o Sr.Fado.