Lisboa é um lugar onde a cultura vive do movimento. A cidade tem séculos de história e monumentos a condizer mas prefere mover-se na modernidade, no que é contemporâneo e novo. Dos seus museus inovadores às lojas de design com assinatura portuguesa, dos bares e recantos da nova música aos circuitos alternativos de galerias de arte, sem esquecer a arte urbana, a que insiste em estar mais à vista de todos, a cena artística da capital do país mudou e insiste em ser diferente.
A Lisboa não faltam museus e alguns são novinhos em folha ou têm sabido renovar-se aos olhos de um público cada vez mais jovem e de diferentes graus de exigência. O MAAT, o Museu Gulbenkian ou o Centro Cultural de Belém – Museu Colecção Berardo são bons exemplos desse movimento. O CCB, aliás, consolidou o caminho ao conceito de ‘espaço integrado’ onde num mesmo lugar ocorrem grandes e pequenas exposições de arte, recitais e concertos de todo o género de música, presença de galerias e lojas de design (com a joalharia finalmente a juntar-se ao rol de manifestações criativas da cidade) ou ainda esplanadas e restaurantes. Nesse sentido, lugares como a LX Factory ou a Fábrica do Braço de Prata lideram o panorama dos ‘complexos de cultura’, com os seus espaços de exposição, ateliês de artistas, livrarias ou cafés. E o toque da modernidade está em todos eles.
Em Lisboa nem as ruas escapam ao movimento criativo e contemporâneo. A arte urbana continua a florescer, com Vhils como a sua primordial figura. A partir do seu trabalho e do seu legado para tantos novos nomes, o ‘graffiti’ e a ‘street art’ revigoram a cidade, dão alegria, sentido e cor aos seus muros, paredes e fachadas. E o reconhecimento dos ‘artistas do spray’ é já à escala planetária, famosos e respeitados mundo fora.
O mesmo se passa com o design, centrado em dois antros cruciais: Marvila e Santos, onde brilha o Design District, em edifícios inteiros ou pequenas lojas onde a criatividade portuguesa numa arte desenhada apostada em transformar-se em objeto de uso e usufruto se mostra cada vez mais forte e vincada. E quando as grandes manifestações criativas não ocorrem num espaço integrado, logo Lisboa se mexe para criar eventos onde museus, galerias, livrarias ou bares apontem o mesmo caminho: o de mostrar as diferentes facetas da arte contemporânea e assim garantir que a cidade nunca perde o rumo da modernidade e da diferença. O Bairro das Artes (que este ano celebra a sua 9ª edição), é o perfeito exemplo dessa aspiração.
Seja um museu de grandes proporções ou uma pequena galeria, um espaço que recebe diferentes artes e ofícios e os mostra ao público, um restaurante ou um bar dado a surpreender pela criatividade, Lisboa abraçou de vez a causa das ‘atividades’, de como todo o projeto fica incompleto sem exposições ou espetáculos, sem uma programação de arte própria que vá além dos catálogos, dos preçários e das ementas.
Aqui ficam as melhores propostas, paragens obrigatórias de uma Lisboa em movimento.