Se há quem ainda pense que o crescimento do valor imobiliário de Lisboa vai abrandar, engana-se. Lisboa é o destino n.º 1 do investimento imobiliário.
É o que diz o Emerging Trends in Real Estate na sua avaliação das tendências do mercado para 2019 na Europa, súmula das conclusões de cerca de 800 profissionais do setor. As opiniões de responsáveis pelo financiamento, promoção, consultoria e investimento vêm expressas no relatório anual da consultora PwC (Pricewaterhouse Coopers) e do Urban Land Institute. Lisboa passa assim do 10.º para o 1.º lugar do ranking. Para os autores do relatório, as razões do triunfo devem-se essencialmente à gestão praticada pela liderança política na capital portuguesa, bem como qualidade de vida proporcionada a quem a habita ou visita.
Sem surpresa, quatro cidades alemãs (Berlim, Munique, Frankfurt, Hamburgo) fazem parte dos 10 primeiros da lista de destinos ideais do investimento imobiliário, mas o relatório refere uma preocupação crescente com os investimentos considerados demasiado elevados, perspetiva algo suavizada em relação a outras grandes cidades como Viena, Dublin, Amesterdão ou Madrid. Lisboa não parece padecer desses problemas. De resto, a análise tende a ser global:
A capacidade de atrair talentos, o futuro imediato do crescimento das rendas e do número de arrendamentos, os efeitos e os apoios à inovação e a já citada qualidade de vida foram pontos cruciais para o triunfo de Lisboa.
Se é certo que a Europa continua a atrair capital (com esperanças particularmente elevadas em relação ao investimento vindo da Ásia), é mantida quase intocável a inquietação em relação aos ‘ativos adequados’, sabendo-se que os ‘ativos principais’ permanecem acima do preço.
Isso é fundamental quando se sabe que, em termos de desenvolvimento e investimento, a área residencial lidera os interesses e as intenções de quem investe, com destaque para escritórios ‘coworking’, centros de dados, habitação residencial, social e para estudantes.
Conceitos como o retalho ou escritórios de grande e médio porte sediados nos centros das cidades continuam a ‘residir’ no final da lista dos interesses de investimento imobiliário.
Quanto ao formato residencial tem sido notada uma mais esclarecida abordagem de género não-financeiro (com retorno eficaz) na avaliação imobiliária, como a aposta nos centros de lazer comunitários, trabalho em colaboração, espaços de uso diversificado e até creches.