Lisboa está tão na moda que tem de decidir se as ofertas de luxo ganham o duelo com a tradição, se restaurantes, hotéis, compras e vida de noite se mostram como fotocópias do que o visitante encontra lá fora ou se se apresentam como raras, únicas e sem igual. A escolha da cidade capital é a de garantir ao hóspede os serviços de qualidade superior a que está habituado e, ao mesmo tempo, assegurar que Lisboa e arredores são uma aventura que pede um ‘refill’. Há uma fama adjacente: o visitante parte do princípio que Lisboa e o que a rodeia é por comparação mais barata que as demais cidades cosmopolitas ou resorts turísticos a condizer. É da natureza lisboeta estar preparada para tudo: hotéis de cinco estrelas em edifícios icónicos, lojas de luxo, restaurantes majestosos em décor e cozinha e lugares de grandeza e romantismo sem comparação.
Altis Belém
Atlântico Bar & Restaurante
Sala Valverde Hotel
Paris, Milão ou Nova Iorque têm razões para temer a concorrência de Lisboa no mercado do luxo. Da Rua Castilho à Avenida da Liberdade não há luxúria alheia que não tenha por cá residência das grandes marcas ou resposta portuguesa a rivalizar. A nossa capital estende-se em linha de água entregando o rio Tejo ao Oceano Atlântico entre Oeiras, Cascais e Sintra cumprindo as regras de um novo conceito de luxo. Aquele que era associado ao clássico e inatingível compreendeu que os novos ventos globalizantes levaram pela mão uma vida de alta qualidade até ao terreiro do bom gosto, de um estilo de vida ‘trendy’ cujo ícone pode ser tão faustoso quanto minimal. O luxo deixou-se de ostentações: permanece escasso e para raras bolsas, mas juntou-lhe o bom senso do que é bom e se recomenda e a discreta sofisticação de tudo isso. E Lisboa e seus arredores têm tudo isso no devido sítio.
Embaixada
Arola
Janelas Verdes
É um assunto tão sério que teve direito a cimeira. Lisboa, recebeu em abril de 2018 a ‘Business of Luxury Summit’ sob o tema ‘A Linguagem do Luxo’. É sabido que Portugal há muito dá cartas como preferência turística de massas mas o mercado do luxo, esse misto de anseio de viver para o prazer e ganhos financeiros a condizer, cimenta a passos largos as suas referências de Norte a Sul do país, com Lisboa, Cascais e Sintra em plano de destaque. Há uma larga faixa à beira do Atlântico (nunca esquecendo os luxuosos portentos de enoturismo num país que tanto deve ao vinho que sabe fazer como ninguém) que é feita de palacetes, hotéis deslumbrantes, destinos de aristocracia, marinas e recantos de serrania, cosmopolitismo e calma e recatada vida de campo. Porque em Portugal a ideia de luxo é mais pessoal que privada, mais única que rara.
A Lisboa do luxo tem trunfos incontornáveis, como a tanto pede a riqueza do património. Museus de variadas artes e ofícios, gastronomia de primeira classe, escapadelas onde tudo o que é bom se concentra (a Belém dos museus e dos pastéis de nata), onde tudo o que conta se espalha (os bairros típicos da capital), as festividades cíclicas, os areais de Cascais, os mistérios das estradas de Sintra. Portugal nunca se cansa de ter tantos lugares de paragem obrigatória que mesmo que feitos para todos, sabem tratar o luxo pelo nome.
