Quem sobe pela Rua do Alecrim (em direção ao Chiado) tem, desde setembro de 2018, uma boa razão para passar por lá e parar: no início da rua fica o único restaurante italiano em Lisboa a servir os dois tipos de pizzas mais emblemáticas: napolitana e romana.
Com a promessa de uma nova carta, com mais pizzas e pratos mais frescos, decidimos almoçar num sábado, dia ideal para conhecermos a carta de verão.
Ao entrarmos no restaurante deparámo-nos com a cozinha ampla, onde pudemos observar os pizzaiolos a confecionar as maravilhas italianas e dois fornos a lenha (os famosos Valoriani): um coze pizzas romanas a 300ºC, e outro napolitanas, a 500ºC.
Fomos bem recebidos por funcionários bastante simpáticos, que nos encaminharam para uma mesa (de mármore cinzenta muito bonita) mesmo ao lado de uma das janelas amplas que caracterizam todo o espaço e que trazem muita luz natural a um ambiente rústico, tranquilo e com um toque subtil de sofisticação.
Trouxeram-nos a carta (por sinal grande, em A3, e com fotografias icónicas da Mona Lisa e Cicciolina no verso) e vieram as dificuldades: nos Antipasti, entre a Bruschetta Gorgonzola e Parma (6,50€) e o Carpaccio (12,50€); nas pizzas, a eterna dúvida entre escolher uma Don Corleone (11€) – napolitana –, ou uma Diavolina (14,50€) – romana –; nas Paste e Risotti, a escolha entre Spaghetti alla carbonara (12,50€) ou Penne al Pesto di Agrumi (12€). A nova carta divide-se assim em Focacce, Antipasti, Insalate, Pizze, Paste e Risotti, Pesce e Carni e Dolci.
Optámos por iniciar o almoço à moda italiana, com os Antipasti: escolhemos uma deliciosa Burrata (12,50€) sobre uma geleia de pimentos vermelhos, com um leve toque salgado de anchovas em azeite, que acompanhou muito bem com delicadas fatias de pão da casa levemente estaladiço e quentinho. Uma avalanche de sabores na boca para aguçar o apetite para o duelo que aí vinha.
Entre a generosa e irresistível oferta de pizzas, a escolha revelou-se difícil neste duelo. Para ajudar à tomada de decisão pesámos o facto de podermos escolher uma napolitana ou romana e decidir a sua confeção. Contudo, optámos por um duelo ligeiramente diferente: Pizze versus Paste. Tínhamos assim o mote dado para provar a vera comida italiana. A acompanhar toda a refeição, um copo de limonada no ponto, nem muito doce nem muito amarga.
Para tirar as teimas, começámos por provar uma Pizze Romana, a Pesto (13€), com mozzarella fiordilatte, mozzarella de búfala, courgette, pesto de rúcula e citrinos. A cada fatia sentíamos claramente o sabor da massa caseira, fina no centro e fofa na crosta, com mozzarella sobre finas fatias de courgette com um agradável sabor dos citrinos no pesto.
A Cappelli ai Funghi Porcini e Tartufo Nero (13,50€) foi a rival de Paste escolhida para o duelo. A sensação não podia ser melhor: massa no ponto, recheada de deliciosos cogumelos porcini, envolta num rico e saboroso creme de grana padano, com o toque intenso das trufas negras. (Adorámos a mistura da Pesto com a Cappelli.)
A carta de sobremesas (Dolci) era promissora: de entre as várias opções que tínhamos, a gula chamou-nos para o lado tradicional. Assim, pedimos Panna Cotta con salsa al Caramello Salato (4,50€) e uma Torta al Cioccolato (6,50€).
Verdadeiramente italiano, o toque do caramelo salgado no Panna Cotta era de comer e chorar por mais. Suave e nada enjoativo, uma sobremesa perfeita para fechar o duelo e que puxou pela nossa gulodice.
A Torta al Cioccolato consistia num bolo leve de chocolate e azeite extra-virgem sem farinha, servido com creme de mascarpone e laranja. Cada pedaço era doce o suficiente para sentirmos o sabor do chocolate no ponto, sem ser muito doce, e o delicioso gosto da laranja com o mascarpone. Melhor ainda seria se o mascarpone viesse em maior quantidade e em camada por cima do bolo.
Neste duelo “mano a mano” não conseguimos eleger um vencedor, pois adorámos o almoço e o espaço. Saímos satisfeitos e felizes, com a certeza de que lá voltaremos motivados para novos duelos.
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