Entre 1 e 30 de junho, país fora se celebram os santos populares em festas de arromba. O povo está de novo na rua… a cantar, bailar, comer e beber.
Os santos populares festejam-se por todo o país, com Lisboa e Porto a liderar o feliz delírio popular. A celebração é rija, colorida e barulhenta, sedenta e petisqueira.
E conforme o lugar da folia, faz-se de manjerico e sardinha assada, música nas praças ou vinda dos parapeitos das janelas, arquinhos e balões, alfazema e cidreira a cheirar, martelinhos na cabeça e fogueiras para juntar à volta as boas gentes.
Lisboa canta, come, bebe e dança aos magotes o seu Santo António (dia 13), guerreiro-soldado, protetor e casamenteiro. Todos os bairros se engalanam em cores garridas e nos bairros mais antigos (Alfama, Graça, Mouraria ou Madragoa), ruas e ruelas, esquinas e becos são lugares de baile e mesas de bebida no copo e petisco na grelha.
E junta à festa a tradição das Marchas Populares, desfile concorrido de coreografias e canções de bater o pé e rodar a anca pelos bairros da cidade que para o efeito ensaiam durante meses. Desde 1932 que mostram os seus dotes. Começaram dentro de portas (no Teatro Capitólio, como forma de publicitar o Parque Mayer nascido em 1922) e chegaram a desfilar do Terreiro do Paço ao Parque Eduardo VII. Conotadas de forma leviana com o regime fascista, tiveram o seu fim à vista com o 25 de abril, mas regressaram em triunfo e júbilo popular em 1980. E os turistas que invadem Lisboa têm há muito Santo António apontado na agenda.
Na noite de 23 para 24 de junho é como se a festança se mudasse para o Porto, onde os ‘tripeiros’ munidos de alho porro e martelinhos de plástico enchem as ruas e levam ao rubro os sentidos. E é por lá que a 29, com a folia de São Pedro, na Afurada, em fogo de artifício e bancas de comes e bebes que parecem nascer vindas de todas casas para o meio da rua se dão por findas as festas dos nossos ‘ricos santinhos’. E é assim do Minho ao Algarve até às ilhas. Mesmo que outros santos tenham os seus dias de festa, junho cabe por inteiro a António, João e Pedro. Divirta-se, passe os devidos limites e seja sempre moderado onde o deve ser.
Arraiais
Arraiais Populares: (1 a 30 de junho)
– Várias freguesias celebram os Santos com sardinha assada, muita música e animação pela noite fora: Carnide, Alcântara, Estrela, Misericórdia, Campolide, Santa Maria Maior, Parque das Nações, entre outros.
Arraial da Vila Berta: (1 a 13 de junho)
– O arraial que é sítio ideal para os vegetarianos, “Arraial Veggie Vibes”, com muita animação, desde o Bairro da Graça ao Mercado de Santa Clara.
Arraial de São Vicente (6 a 16 de junho)
– Animação e muita música durante 10 dias, nos cerca de 50 espaços que a freguesia destinou, entre o Largo da Graça e o Largo de São Vicente, onde a sardinha assada e o caldo verde são os reis da festa.
Arraial de Santo António (7 a 16 de junho)
– Os mais pequenos vão adorar ouvir o Avô Cantigas nos Santos Populares de Alvalade.
Grande Arraial de Benfica (20 a 23 de junho)
– A Alameda Álvaro Proença alberga um dos mais animados arraiais da cidade, onde vão atuar alguns nomes da música portuguesa: Toy, Cuca Roseta, entre outros.
Arraial Pride (22 de junho)
– O arraial mais colorido de Lisboa, que defende a igualdade e diversidade, destacando a comunidade LGBTI.
Arraial Popular da Paróquia de Olivais Sul (28 a 29 de junho)
– O arraial que leva a festa a quem trabalha nos Olivais e que alia a angariação de fundos para obras no centro social da paróquia.
OS BAIRROS DOS SANTOS
Conheça os roteiros de alguns dos bairros mais típicos, onde os Santos são mesmo populares