A Madeira ‘é um jardim’, como diz o mais bonito dos elogios feitos à ilha. Há quem há muito a alcunhe de ‘pérola do Atlântico’ e a razão para os dois superlativos é bem capaz de ser a mesma: envolta em flora que parece trazida pelo vento dos quatro cantos do mundo, da Madeira se julga só ter vistas (todas elas deslumbrantes, diga-se) para o lado de fora, a contemplar o oceano. Não é bem o caso, que dos espaços verdes aos jardins da ilha, sem esquecer o saber de ofício das levadas, há ali muito de mão humana, de engenho e carinhoso cuidado, tudo em nome desse desvario de cores e espécies que faz da Madeira um lugar único no mundo, a mais das vezes pintalgado a verde.
Nada mais verde que a floresta indígena, Património Mundial Natural da Unesco e Reserva Biogenética a estender-se até à Ponta de São Lourenço e que tem o seu esplendor na diversidade da planície do Paul da Serra. Mas a experiência do verde e do que é ajardinado pode muito bem começar nas quintas da Madeira, tantas já recuperadas para alojamento turístico e que logo ali dão um gosto das vistas, dessas que por natureza e obra humana se tornam miradouros.
É uma ilha, dirão, e portanto não há na Madeira lugar que não dê a ver ou não tenha vistas, mesmo sem recorrer aos penhascos e seus teleféricos, mas aqui até os jardins públicos ou aqueles privados que de bom grado abrem portas ao passeio do visitante gostam de ser plantados onde se possa espreitar o Atlântico ou abrir-lhe por completo os braços. O Jardim Botânico (à Quinta do Bom Sucesso), o Jardim Tropical Monte Palace, o Jardim de Santa Luzia, a Quinta das Cruzes ou o Parque Municipal do Monte são alguns exemplos das dezenas de espaços verdes a não perder na Madeira.
A ‘pérola do Atlântico’ vai-se a ver, afinal é verde e plantada no azul do mar. E são os seus jardins a darem à Madeira todas as cores da Natureza.
