Quem viaja e depois se dá o caso de trabalhar para contar bifurca sempre nas questões:
1) Contar ou não contar, e que partes ocultar para mais tarde desfrutar com quem realmente apetece-merece? Ou seja, se é este um destino maravilha, por estar a salvo das loucuras gananciosas, não haverá o risco de deixar de ser se a publicidade e os néons forem muito luminosos?
2) Uma vez de barriga-alma cheia não estará na hora de deixar a vida de servente dos maços de notas e aderir para a frente e em força à misantropia boa vivente de pé descalço e instalar-se, por exemplo, numa praia goesa a norte do Estado ainda por baptizar do tamanho de um torrão da Caparica?
3) Manter o estoicismo de bom vivente bondoso e escrever (com bondade) sobre as virtudes de viajar sem estragar os locais por onde se passa?
São estas questões que nos devem ocupar enquanto escritores e viajantes e cidadãos de um mundo a saque.