“Madeirense de alma e coração”, a designer de moda e têxtil imprime no seu trabalho a paixão que sente pela ilha onde nasceu há 28 anos. A sua marca, SOUS, evidencia o artesanato local e conjuga-o com influências de outras paragens. Viajada, curiosa, é na Madeira que reencontra a paz de espírito e tranquilidade de que precisa para “desligar”.
Como apresenta a Madeira a quem não a conhece?
É aquele cantinho onde a tranquilidade e a segurança predominam. Por vezes focamo-nos nas belezas naturais, mas a segurança nos dias de hoje não é um dado adquirido. Vivo num pequeno paraíso, onde a comida é autêntica e diversificada, o mar cumprimenta-nos todos os dias, as pessoas são genuínas e a natureza está sempre à espreita para quem a quiser descobrir.
Quais os concelhos que o visitante não pode deixar de conhecer?
A Madeira não é só Funchal, mas o Funchal tem muito por descobrir e tudo a pé. Os outros concelhos trazem cada um a sua magia. A Ponta do Sol, por exemplo, convida a excelentes fins de tarde junto ao mar. Porto Moniz, Seixal e São Vicente são igualmente um trio a não perder!
Só na Madeira encontro… a paz de espírito e a tranquilidade que precisamos para parar e “desligar”. Podemos escolher entre o som do mar a enrolar nas pedras do calhau ou os pássaros a cantar na floresta Laurissilva.
Um dia perfeito na Madeira é assim… vou até à praia Formosa bem cedo, dou uma corrida até à vila de Câmara de Lobos e volto, dou um mergulho na praia dos Namorados. Tomo um café junto ao mar e sigo para o mercado pelo meio da manhã. Depois de visitar o mercado, atravesso a zona velha da cidade e apanho o teleférico para o Monte, visito o Monte Palace Tropical Garden e almoço no Greenhouse Coffee Roaster. Desço nos carros de cesto e volto ao Funchal. Já de carro, vou até à Ribeira Brava, à Encumeada, com uma paragem para uma poncha, subo até ao Paul da Serra, atravesso o planalto e viro para o Fanal, onde encontramos os bosques de arvores centenárias. Desço para o Porto Moniz e dou um mergulho nas piscinas naturais, e ainda aproveito para comer umas lapas e caramujos. Avanço para o Seixal, apreciando a imponência da costa norte, subo até ao Chão da Ribeira, um cantinho entre os vales que ninguém pode perder. Regresso ao Funchal sem deixar de passar por São Vicente, com uma paragem nas grutas e centro de vulcanismo. Volto para o Funchal, atravessando o túnel de São Vicente à Ribeira Brava, e a caminho paro no Cabo Girão a tempo do pôr-do-sol. No Funchal encontro um cantinho para jantar e dou um passeio na Avenida no Mar.
Não podemos ir embora da madeira sem… ver um pôr-do-sol no farol da Ponta do Pargo ou passar uma tarde na Fajã dos Padres.
O seu Best Of da Madeira e Porto Santo:
Lugares que não podemos deixar de visitar?
Um jardim: Monte Palace Madeira
Um museu /centro cultural: Mudas
Um monumento: Forte de São João Baptista, conhecido por Pico Rádio.
Um ponto de interesse na natureza: Chão da Ribeira no Seixal e Fanal no Paul da Serra.
Uma praia /complexo balnear: praia do Porto Moniz
As melhores atividades de lazer outdoor?
No mar: pescar e nadar
Em terra: passear os cães na serra
Quais são as levadas que o visitante não deve perder numa visita à Madeira?
Junto ao mar: vamos até ao final da estrada do Caniçal, depois entramos numa vereda de quatro quilómetros, que leva cerca de 2h30 até à Ponta de São Lourenço! Aqui vemos o mar do norte e mar do sul e até avistamos o Porto Santo. É um passeio numa zona árida mas com a sua beleza!
Passeio rápido: a Vereda dos Balcões leva-nos a uma das melhores vistas da ilha. Este pequeno trilho começa no Ribeiro Frio e tem cerca de 1.5km, levamos uma hora e meia a ir e voltar. Perfeito para uma caminhada curta.
All in one: a levada das 25 Fontes porque apanhamos de tudo, túneis, cascatas, levadas e lagoas!
O que poucos sabem: não é levada nem trilho mas é um cantinho onde costumo ir. No Chão da Ribeira existe um curva com uma ponte por cima de um ribeiro. Descemos para o ribeiro e subimos durante uns 30 minutos (atenção, que se tiver muita água vai ser necessário atravessar, melhor é de calções e tirar os sapatos quando for preciso!) No final, vai ter uma lagoa e uma cascata di.vi.nal!
Os melhores hotéis?
De cidade: Four Views Baía, onde deve marcar uma “Experience by the Chef” com o Chef Octavio Freitas.
De natureza: Quinta Jardins do Lago, um jardim dentro do Funchal; se for para ficar pelas montanhas, o PortoBay Serra Golf.
Os melhores restaurantes?
De cozinha de autor: Lá ao Fundo (o Jaime faz o melhor bife tártaro do Mundo!)
Luxo: Il Gallo d’Oro
Clássico: O Clássico (aquele arrozinho de cherne!…)
De cozinha regional: Santo António, com destaque para a Espetada com Osso (na prática é um T-BONE no espeto!)
De peixe e marisco: A Furna By the Sea. Sugiro lapas e caramujos para entrada, ovas de espada preta, espada preta, lulas grelhadas e uma dose de batata com alho e orégãos para acompanhar.
De cozinha do mundo: Il Basilico – comece com um carpaccio de carne e deixe-se levar pelas massas, autênticas e com ingredientes frescos!
Para petiscar: Mercado das Tapas, mesmo no Mercado do Funchal. Adoro as cavalas em molho de vilão, as lulas e a bolinhas de alheira!
Para lanchar: Greenhouse Coffee Roaster. A não perder, o café de especialidade, os sumos naturais fresquíssimos e a tostas de abacate com ovo escalfado.
A melhor poncha da ilha: A Venda do Noé ou do Celestino. A mercearia parece que parou no tempo, mas é isso que me cativa a voltar. Tem a melhor poncha de tangerina da ilha.
As paragens obrigatórias na noite?
Cafés e bares: Barreirinha Bar Café para um pôr-do-sol e um início de noite.
Discotecas e clubes: Copacabana Garden Lounge Bar no Casino da Madeira, um espaço indoor/outdoor com o melhor do House e Tech house, e com a vantagem de ter o Copacabana no mesmo espaço para quem gosta de música comercial.
Bares de música ao vivo: Scat para ouvir jazz.
As melhores moradas para fazer compras?
Lojas de produtos portugueses: Na SOUS, como não poderia deixar de ser.
Gourmet / garrafeiras: Blandy´s Wine Lodge
Outras: Gosto de visitar também o Café Relógio, na Camacha, para produtos de vimes.