É um ícone da ilha e a sua mais frutuosa aposta económica. O Vinho Madeira tem uma reputação de séculos e tudo para continuar a ser uma infinita delícia.
Reza a história que foi ao acrescentar álcool ao vinho local depois de longas e quentes viagens de barco que se percebeu que o amadurecimento proporcionava um vinho generoso e raro, corria o conturbado século XVI português. Só mais tarde o Vinho Madeira soube fazer justiça à sua própria reputação. O mosto que resultava da prensagem era fermentado e depois fortificado com álcool vínico a 96%. Interrompendo a fermentação em diferentes etapas do processo se obtinha o Madeira seco, meio-seco, meio-doce e doce. A seguir envelhece em canteiro ou estufagem.
O Vinho Madeira é tão velho quanto a descoberta da ilha e foram os ingleses a torná-lo famoso em todo o mundo, das suas próprias colónias às grandes monarquias da Europa continental. No século XIX várias doenças arruinaram os vinhedos mas depois as técnicas modernizaram-se e a qualidade sobreveio.
Há 10 anos, o Vinho Madeira representava quase metade das exportações de produtos madeirenses e a importância económica de que o produto goza na região não se alterou, produzindo-se e exportando-se hoje quatro milhões de litros de Madeira de superior qualidade. A casta principal é a Tinta Negra, muitas vezes mesclada com o Malmsey, o Verdelho, o Boal e o Sercial (entre 25 outras). Aquece-se o vinho entre 30 a 50 graus para dar pressa ao envelhecimento mas os Madeira de melhor qualidade requerem lentidão e paciência.
Como aperitivo, em combinação gastronómica ou pelo simples prazer, o Vinho Madeira é uma reconhecida e infinita delícia.